1 de jun. de 2010

Menina do banco do parque.




Tempos atrás, vi uma menina no banco do parque.
ela ficou pouco tempo ali depois que eu cheguei.
Logo se levantou, me olhou e foi-se embora.
E reconheci aquele olhar vazio de longe, como se eu o olhasse todos os dias.
Ao se levantar, deixou cair um livro de sua bolsa.
Tentei avisa-lá, mas ela não me ouviu.
Comecei a ler o tal livro.
A menina havia escrito sua vida naquele livro.
Dizia ela que sua vida era muito triste, muito parada e nada interessante.
Cheia de sofrimentos e decepções com as pessoas que ela mais gostava na vida.
Já não tinha mais ânimo pra fazer nem as coisas que ela adorava.
Sozinha, passava o tempo deitada em seu quarto escuro.

E como uma pessoa consegue viver com tanta tristeza, afinal?
Bom, ela não demonstrava a tristeza em si...
Ela à guarda todinha dentro do coração, onde ela se acumula e vira amargura.
E de tanto sofrimento, tristeza já nem é um sentimento dela...
É uma característica. 

Logo após de terminar de ler, vi que já tinha lido aquela história.
Era minha história, minha vida.
Aquele olhar...
eu o vejo todos os dias no espelho.

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